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Operação Offshore... curiosidades.

Atualizado: 10 de jun. de 2019

Muita gente já ouviu falar desse importante mercado do transporte aéreo de helicópteros. No meu entender, é a escola do piloto de helicópteros. É onde esse profissional é moldado para ser empregado no seu limite, no âmbito da aviação civil. No entanto, muita gente, também, não conhece como ele funciona. Vamos, nesse pequeno artigo, apresentar os rudimentos da Operação Offshore, de modo a dar uma pequena ideia de como as coisas ali funcionam.



Resumidamente, no Brasil existem quatro bacias petrolíferas offshore (fora do contente). São elas a bacia Nordestina, a bacia do Espírito Santo, a bacia de Campos e a bacia de Santos. Nelas, as profundidades variam de pouco menos de trezentos metros, até mais de mil metros. Isso, não se refere à profundidade de onde o petróleo é extraído mas, sim, da linha d'água até o fundo do mar.


A mais importante delas, no tocante ao número de plataformas e movimento de pessoas e cargas, é a de Campos. Nela, as plataformas estão distribuídas a distâncias entre sessenta e um pouco mais de cem milhas náuticas. É um número variável de unidades marítimas, mas, antes da crise que se abateu sobre a Petrobras, principal operadora desse segmento no Brasil, incluindo-se plataformas e navios de apoio, o número girava em torno de cem.


Existem quatro tipos principais de unidades marítimas operando na bacia: as plataformas semi-submersíveis; os FPSO; os navios sondas; e os navios auxiliares. Em todas existe um heliponto e uma equipe treinada para apoio no embarque e desembarque de passageiros e cargas, além de equipes de combate a incêndios e salvatagem.


As plataformas semi-submersíveis são o tipo mais conhecido, embora a maioria das pessoas desconheçam que elas são flutuantes e navegam como qualquer navio.





Os FPSO são grandes navios adaptados ou construídos especificamente para atuarem como plataformas de petróleo. Normalmente, armazenam o petróleo produzido e abastecem os navios petroleiros.



Os navios sondas são unidades utilizadas nas pesquisas e perfurações de poços de petróleo.



Os navios auxiliares são unidades de pequeno porte que atuam no transporte de cargas, apoio às atividades de mergulhadores, apoio às atividades de sismografia, dentre outras.



O transporte de passageiros entre o continente e as unidades marítimas é feita, basicamente, por helicópteros. Não existe opção que ofereça o mesmo padrão de segurança, conforto e rapidez. Para se ter uma ideia, na bacia de Campos circulavam, antes da crise, algo em torno de cinquenta helicópteros de médio e grande portes, movimentando uma média de vinte mil pessoas a cada quinzena. Pilotos chegam a voar noventa horas na quinzena. A média anual em alguma companhias era de setecentas horas de voo.


O pouso em plataformas é específico e exige muito dos pilotos. O ambiente é hostil. O queimador de gases da plataforma joga calor sobre o local de pouso. A área é restrita e cheia de obstáculos. Dependendo da direção, o vento pode ficar bastante turbilhonado. Mas, a principal dificuldade é que o local de pouso balança nos três eixos. Às vezes balança muito e impede a realização do pouso ou decolagem. As aeronaves, normalmente, operam no seu peso máximo.



O voo sobre o mar é feito sem pontos de referência. À vezes, em virtude da neblina, o horizonte desaparece e os pilotos ficam sem uma visão definida do que venha a ser mar ou céu. A legislação hoje exige que as aeronaves estejam homologadas para operação PBN e possuam ADS-B instalado.


Os tripulantes são obrigados a realizarem, a cada dois anos, treinamento de escape de aeronaves submersas (HUET). Anualmente, os contratantes exigem treinamento de emergências em simuladores de voo.



O Offshore, sem dúvidas, é onde se forja o piloto de helicópteros. Ali, ele é exigido ao máximo. Ali, ele tem que estudar tudo o que se refere à sua máquina. Ali, em caso de pane, a opção é o pouso na água, com ondas de três a quatro metros e fortes ventos. Ali, ele tem que estar ligado a tudo, todo o tempo. Tem que conhecer a sua máquina como a palma da sua mão. Tem que lidar com passageiros assustados e com contratantes exigentes. Quem dera que todo piloto passasse por lá.



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